Como terminou a semana política na Paraíba que começou com uma inusual entrevista do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, presidente estadual do Progressistas, respondendo duramente cobranças do prefeito Cicero Lucena por respeito no processo de escolha do candidato a governador pela aliança que une PSB, Progressistas e Republicanos (aliança governista)?
Só para lembrar, Aguinaldo, que tem o sobrinho Lucas Ribeiro como vice-governador e, com isso, provável candidato a governador, especialmente se o governador João Azevedo for candidato a senador, no rebate a Cicero, passou que PP o resgatou para a política, filiando-o em 2024, que pôs sua estrutura em duas eleições vitoriosas do prefeito e que o tem ajudado na gestão que faz na Capital. Sem disfarçar insatisfação, o presidente do PP chegou a dizer que o partido é como uma estação de trem, onde uns se vão e outros chegam, praticamente oferecendo o bilhete de ida ao prefeito de Capital.
Aguardou-se com bastante expectativa a reação do prefeito Cícero Lucena, que só veio nesta sexta-feira.
Além de manifestar estranheza pelo tom usado por Aguinaldo Ribeiro, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, não recuou da pretensão de ser candidato a governador nem renunciou à tese de que o escolhido deve ser o nome que apresentar melhores condições de disputa. Ao contrário, reafirmou a intenção de travar a disputa pela candidatura a governador dentro do campo aliado.
Em síntese, Cícero decidiu comprar a briga com o deputado Aguinaldo Ribeiro, mas na base aliada, sem sinalização à oposição, que, pelo visto, vai ainda ficar aguardando um possível rompimento para composição de sua chapa. Com um detalhe tático de chamar a atenção: Cícero colou o discurso no governador, afirmando e reafirmando que seu projeto e dar continuidade à atual gestão e ao desenvolvimento da Paraíba. A intenção aí é clara: se não atrair, tenta pelo menos neutralizar o governador.
O prefeito Cicero Lucena não se demorou falando sobre o confronto com o deputado Aguinaldo Ribeiro, as divergências e a crise gerada dentro da aliança governista por causa da disputa para escolha do candidato a governador, mas, em suas declarações, permitiu a leitura bem clara que não aceita a tese da candidatura natural do vice-governador Lucas Ribeiro. Em duas ou três oportunidades, Cícero deixou claro também que, pelo menos por enquanto, não tem intenção de buscar algum entendimento com a oposição
Essa posição de Cícero de descartar ou não indicar rompimento político até alivia, mas não resolve o problema da aliança governista no curto prazo. Pelo dito, vai manter a candidatura e o mesmo deve o ocorrer com o deputado Adriano Galdino, situações que não apenas travam o possível crescimento da candidatura de Lucas Ribeiro, mas travam também todo o processo de definição e planejamento da principal aliança política do Estado.
A crise na aliança governista está viva e sem solução à vista.
Fonte: https://www.portaldacapital.com/


